A chave do grande mistério - Rosa De Souza
Daniel
Salinas, arqueólogo brasileiro, é convidado a liderar as escavações de um sítio
recém descoberto no Egito. Lá descobre um artefato: uma caixa de topázio
misteriosa, que só ele consegue abrir. Dentro dela está um Ank dourado, e
somente ele em toda a Terra pode tocá-lo.
Perseguido
por uma organização misteriosa, Daniel foge e envolve-se em aventuras
inacreditáveis onde ele descobrirá seres do interior da Terra e aprenderá sobre
o poder que cada um tem dentro de si.
Sobre a autora
Rosa De Souza nasceu em Lisboa, Portugal, naquele bairro de monumentos
inigualáveis e pastéis inesquecíveis, Belém. Depois de ter estudado literatura
na Sorbonne em Paris, foi viver nos Estados Unidos.Lá, estudou contabilidade e descobriu outro lado da sua criatividade, a pintura. Rosa esteve em contato com místicos de vários países e culturas, para definitivamente dedicar-se a estudos que iam da mitologia, à filosofia e história até o misticismo prático, tendo escrito poesia e ensaios, que publicou em várias revistas americanas.
Em 1983, na cidade de Washington D.C., deu início à sua carreira de palestrante, o que é um dos seus maiores prazeres. Rosa é casada com o ator Aguinaldo José de Souza Filho, e vive em Florianópolis, Santa Catarina, desde 2004. Para ela o mais importante na vida é transmitir ao maior número de pessoas que ninguém nasceu para sofrer, mas para evoluir.
Extraído
do site oficial: http://www.rosadesouza.com/sobre.html.
Minhas impressões…
É fácil elogiar um livro
quando você se apaixona por ele, é bom elogiá-lo quando você acha que ele
poderia ser melhor, mas que está no caminho certo, mas é complicado dizer
abertamente que não gostou do que leu.
Apesar da premissa tão
interessante, “A chave do grande mistério” me decepcionou demais. Pela
quantidade de livros que a autora já publicou, imaginei encontrar uma escrita
madura e coerente, ao menos argumentos plausíveis ou, pelo menos,
convincentes, sobre algum “grande mistério”. Porém, como não acontecia há
tempos, tive vontade de abandonar o livro antes de chegar à metade.
Em primeiro lugar, não sei
em que língua o livro foi escrito originalmente, mas o texto todo precisa de
uma revisão urgente. Isso, em si, não seria o maior problema, se a história
fosse minimamente satisfatória, mas não é. Ela se enrola em diálogos onde cada
fala dura quatro, cinco páginas, e se desdobra em milhões de divagações a
respeito do âmago do ser humano, o que, de forma alguma, ajuda a compreender
alguma coisa. Algumas das frases têm realmente impacto, mas são tantas, e se
repetem tantas vezes ao longo do livro, que acabam perdendo o sentido.
Daniel Salinas, que ao longo
do livro encontra-se com outras quatro civilizações teoricamente mais avançadas
que nós, e que desejam nosso equilíbrio para que nossas guerras nucleares não
os afetem, embora adquira poder para se teletransportar, se curar, etc., não
passa a sensação de que evolui. E as civilizações que ele visita (ou, melhor
dizendo, que o abduzem), embora apresentem, cada uma, suas melhorias em relação
ao nosso mundo, têm outros tantos defeitos que não consigo entender o porque de
serem consideradas melhores do que as nossas. Além disso tudo a história por
trás da organização secreta que comanda o mundo e que deseja destruir Daniel
Salinas e seu Ank misterioso é totalmente descabida. Em certos momentos, o
texto passa de uma efêmera tentativa de se aproximar de algo como “O Código Da
Vinci”, sem nenhum sucesso, para a narrativa de um capítulo de “Dragon Ball Z”.
Porque não vou conseguir
falar tudo sem revelar alguma coisa sobre a história. É impossível entender a
evolução de Daniel Salinas que, nas últimas páginas do livro, totalmente
apaixonado por sua mulher Marília, transa com outra personagem que teve a vida
sofrida simplesmente porque o lugar era propício e aquela mulher o amava. Não
consigo entender que "evolução" é essa do ser humano, que promove que não ser fiel e transar com
quem quiser faz sentido numa sociedade mais evoluída (não é discurso de puritana, simplesmente não encontrei um argumento favorável a este pensamento, e o livro não traz nenhum, a não ser o "assim é evolução e ponto". Gosto de ser convencida, de ser obrigada a repensar minhas convicções, e só cheguei a me aborrecer com a ideia). Tampouco entendi como,
após a “transformação” de todas as pessoas do mundo — que matou todas as
pessoas que não quiseram evoluir — deixou vivo o homem que queria matar Daniel,
e deu a ele todos os poderes de um ser evoluído. Não há explicação convincente também para o fato de uma sociedade celestial vir nos ajudar a evoluir, sendo que eles vivem tão
distantes de nós. Pelo que se diz no livro, as nossas “ondas” negativas soariam
no espaço, afetando-os, mas essa explicação simplesmente não é suficiente. Não
soou genuína. Mesmo em um livro de fantasia, você tem que conseguir convencer
seu leitor, e se a raça humana estivesse diante de um povo alienígena e bonzinho que veio para ajudá-la a se transformar a troco de nada, tenho certeza de que pouca gente iria confiar cegamente nesse povo. Além disso e da bizarrice que são os “estupros” que Daniel sofre
das mulheres de duas raças subterrâneas (bizarrice, porque o sexo delas é bem diferente do nosso), fiquei imaginando que tipo de mundo
perfeito resulta de uma transformação onde metade das pessoas – das suas
famílias, dos seus amigos, dos seus próximos – simplesmente morreu porque não
evoluiu como o esperado naquele exato instante.
Para mim é um livro esquisito,
mais longo do que o necessário, que se repete dezenas de vezes, e que não
satisfaz.
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