Túneis - Will é um garoto de 14 anos
cuja única afinidade com seu excêntrico pai é a paixão pela arqueologia. Ele
passa a maior parte do seu tempo livre cavando buracos nos arredores do terreno
de sua casa para realizar descobertas científicas, fugir da pressão da escola e
da mesmice da família. Um dia, seu pai desaparece misteriosamente por um túnel
que Will não conhecia, e o garoto começa a cavar, literalmente, a verdade por
trás do sumiço do pai.
Considerações
Encontrei este livro na biblioteca da
minha cidade, da qual sou frequentadora regular, e decidi levá-lo por alguns
motivos: primeiro, por que a capa é linda; segundo por que confundi com o livro
“Buracos”, história que eu conhecia pela adaptação para o cinema. Confesso que
me decepcionei quando percebi meu equívoco, mas depois de ler as primeiras
páginas essa decepção foi toda embora.
Túneis prende o leitor desde a
primeira página, onde acompanhamos Will e seu pai numa descoberta arqueológica
no meio de uma escavação amadora, e fiquei grata por nunca ter ouvido falar
desta história antes, pois eu gosto de ter boas surpresas ao pegar um livro desconhecido,
não saber mais que a sinopse (neste caso, nem a sinopse eu tinha lido), e me
deslumbrar com uma história curiosa e fascinante que vai se revelando pouco a
pouco, como é o que acontece neste livro.
Se a princípio imaginei que soubesse
os caminhos que o livro iriam tomar, já que a trama gira em torno do peculiar
interesse de pai e filho pelas escavações arqueológicas, a trama vai ficando
cada vez mais intrigante à medida em que vai revelando aspectos da relação
familiar entre Will, um adolescente albino, seu pai, sua mãe e sua irmã mais
nova que, aparentemente, é o centro organizacional da casa toda. O clima da
família chega a ser tão pesado quanto o que encontramos dentro dos túneis, já
que simplesmente os quatro não têm nada em comum um com o outro. A mãe aparenta
sofrer de alguma depressão severa que a mantém presa à poltrona da sala com um
controle de televisão na mão constantemente, a irmã Rebeca sofre de TOC de
forma aguda, o que acaba sendo bom, já que é ela que controla as finanças da
casa, as compras da cozinha, a organização da roupa suja, tudo. O pai é
excêntrico, tem um emprego normal como curador no museu local, mas gasta seu
tempo livre em escavações secretas ou com o filho, temeroso de que outras
pessoas roubem suas descobertas, e o filho, vítima de bullying a vida toda por
ser albino, tem apenas um amigo, Chester, de quem se aproximou por que ele
sofre de uma doença de pele e também é ridicularizado na escola.
Embora tenhamos um panorama da
estranha vida de Will e de como ele convence o amigo a participar das
escavações com ele (onde acham uma estranhíssima sala vedada, a qual até agora
estou curiosa para entender direito), a história começa de verdade quando o pai
de Will desaparece misteriosamente sem deixar pistas. A atmosfera que ronda o
desaparecimento é tão inquietante quanto o restante do livro, já que a mãe de
Will e Rebeca, assim como a polícia, parecem acreditar que o pai os abandonou,
e, por sugestão de um psiquiatra (aparentemente) decide deixar os dois filhos
sozinhos e se internar numa clínica.
Destinado a viver com uma tia
distante, Will convence Chester a ajudá-lo a procurar pelo pai. As pistas que
encontram em seu caderno de anotações os levam a uma escavação secreta, da qual
nem Will sabia, e que parece ser um segredo que estranhos homens de sobretudo e
chapéus estão dispostos a guardar, perseguindo os garotos pelas ruas da cidade
sem nenhuma explicação. Finalmente Will descobre a entrada da escavação do pai,
e, junto com Chester, os dois embarcam numa aventura muito maior do que
esperariam encontrar.
Pois a escavação, na verdade,
encontrou a entrada para uma civilização inteira subterrânea, localizada nas
profundezas de Londres. Chester e Will são capturados por soldados e testados
por uma estranha técnica de inquérito que lhes rouba todas as memórias. Ao
final de um processo torturante e doloroso, Will é tirado do cárcere e separado
de Chester, e descobre o motivo: na verdade, Will é filho de um cidadão da
colônia, que tinha sido levado para a superfície pela mãe quando ela fugiu. E
mais: ele ainda tem um irmão mais novo, Cal, e os homens da superfície que são
levados para lá são transformados em escravos.
Will se mostra um bocado
contraditório, uma vez que desce à Colônia à procura do pai, mas acaba
descobrindo que precisa salvar o amigo de um destino terrível e, ao mesmo tempo
não sabe se quer voltar à superfície ou se gostaria de viver mais um tempo com
sua nova família. As dúvidas são resolvidas quando Will descobre que o destino
de Chester é algo terrível, e ele decide armar um plano para fugir levando o
amigo junto. É ajudado por seu tio subterrâneo, o único que parece entender o
desejo de Will de sair dali, e acaba levando junto o irmão mais novo e um
estranho gato gigante muito fiel.
A fuga é mal engendrada e Chester acaba
recapturado pelos Styx, os mesmos encapuzados que os perseguiam na superfície,
e que são um tipo de supersoldados. É neste momento também que Will descobre
que Rebeca, sua irmã mais nova, na verdade não era o que parecia, e que o
vigiou a vida toda, o que o faz questionar novamente sobre quem é sua família
de verdade. A intenção dela e do resto dos Styx era descobrir onde se escondia
a mãe de Will, mas isso não é revelado em nenhuma parte do livro. Will e Cal
fogem e conseguem atravessar a Cidade Eterna, uma magnífica cidade de
esmeraldas, porém contaminada com uma estranha doença. Will perde sua máscara
e, quando chega à superfície, leva Cal à casa da tia, onde os dois se
recuperam.
Mas a vida na superfície não é para
Cal e seu gato, e Will precisa resgatar Chester e trazer seu pai de volta. Os
irmãos descem novamente à Colônia e, mais uma vez ajudado por seu tio, passam
pelos Styx e acabam se juntando finalmente a Chester num carro que ruma para as
Profundezas, lugar que os colonos temem e que, possivelmente, guarda segredos
ainda mais tenebrosos.
Conclusões...
O principal mérito do livro, a meu
ver, foi transmitir uma sensação de claustrofobia tão intensa como a que o
leitor comum teria ao adentrar cavernas e mais cavernas longe da luz do sol.
Não apenas nas escavações, mas entre os personagens envolvidos há muita tensão.
Entretanto, em alguns momentos as reações não são muito convincentes, como a
mãe que permite que a filha de doze anos seja responsável pelas compras, roupas
e contas da casa, embora o clima surreal talvez tenha sido exatamente o que os
autores quiseram passar. É uma fantasia interessantíssima e diferente, que me
lembrou de um livro de teoria de conspiração que prega que existe um reino
subterrâneo sob nossos pés, “A Terra Oca”. Só achei que a quantidade de pontas
soltas que o livro deixa é grande demais, e ao ver depois que “Túneis” é só o
primeiro de seis livros, confesso que fiquei um tantinho desanimada
(principalmente por não ter as continuações na biblioteca). Agora estou de olho
nas continuações.
Pra quem gosta de fantasia e procura
algo diferente do tradicional “herói – vilão – magia – dragão”, esta é uma
ótima pedida, e que ainda por cima acrescenta alguns conhecimentos geológicos ao
leitor!
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