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28 de abr. de 2015

ROTEIRO



Já mencionei várias vezes que meu método de escrita hoje se baseia em algumas etapas, e que uma delas é o Roteiro. Várias pessoas já me perguntaram curiosas, o que seria esse bendito roteiro, e hoje decidi revelar este meu grande segredo de trabalho... Tcham, tcham, tcham, tcham...

Quem já viu algum roteiro de teatro ou está costumado com este tipo de linguagem sabe que, neste tipo de narrativa, existe uma série de itens para auxiliar os atores a se situarem na cena e a desenvolverem as falas da melhor maneira possível, de forma a transmitir a mensagem que o autor planeja. Tive pouco contado com peças de teatro, e as poucas que me passaram pelas mãos vieram por curiosidade ou quando estudava para alguma prova (sou formada em Design e em Artes, havia matérias muito curiosas em minhas grades curriculares).

Posso dizer que, embora esse tipo de roteiro tenha me dado uma boa base do que fazer, o roteiro que utilizo para escrever meus livros é bem diferente, e isso principalmente porque, para escrever um livro de 400 páginas, seria um bocado contraproducente escrever um roteiro de 200 páginas, não acham? 

O que eu utilizo é uma simples síntese das ideias principais do que quero escrever, marcando sempre as coisas mais importantes, que não podem ficar de lado. E tudo começa antes do roteiro propriamente dito, quando passo um bom tempo (o tempo necessário, podem ser dois dias, duas semanas ou dois meses), apenas ruminando a história no pensamento. 

Nesta etapa, o principal é conseguir “enxergar” as partes principais: o início (por que isso vai acontecer?), o fim (como será o clímax), e algumas partes do meio (que coisas vão acontecer até chegar lá?). Como já sei mais ou menos quantas páginas eu costumo gastar para descrever as cenas, marco neste roteiro, além do resumo, um número médio de páginas a usar, o que me ajuda a ter um norte e não me estender demais em alguma parte não tão importante, ou mesmo limitando o tamanho das minhas crianças, pensando numa eventual publicação.

Aqui está o roteiro do terceiro livro da série Mundo de Bhardo, O Reino Maldito, um dos que melhor funcionaram com o roteiro pré-delineado (se não quiser ver spoilers da trama, não leia!!! Apesar de que decifrar minha letra nos roteiros é complicado, porque eles saem tão rápido que nem ligo se está caligráfico ou garranchudo).










Escrevi tudo com caneta azul; os números em círculos vermelhos são a quantidade média de páginas que achei que o "episódio" teria, à medida em que ia avançando ia colocando OK em vermelho e grandes OK's em fluorescente quando a página toda estava pronta. As últimas páginas não têm tantos rabiscos porque o final já estava muito claro, e não dependi mais tanto assim do roteiro. 
Detalhe: este livro tem uma conversa com o livro "Ártemis", que escrevi alguns anos atrás e que pretendo revisar para publicar no ano que vem, portanto algumas partes tinham que combinar com o que acontecia no outro livro, o que acaba sendo mais complicado do que parece em alguns momentos.
Esse é o método que eu uso e o que mais me ajuda a organizar minha cabeça! Confesso que para o último livro desta série, que está sendo escrito neste momento, está sendo bem mais difícil seguir o roteiro, e já fiz três. Acontece que, justamente por ser o último, preciso atar todas as pontas soltas e, de repente, parece que tenho uma grande colcha de retalhos e não quero deixar nenhum fiapinho de fora. Acho que estou sentindo o peso da batalha final…

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