Já mencionei várias vezes que meu método de escrita hoje se
baseia em algumas etapas, e que uma delas é o Roteiro. Várias pessoas já me perguntaram
curiosas, o que seria esse bendito roteiro, e hoje decidi revelar este meu
grande segredo de trabalho... Tcham, tcham, tcham, tcham...
Quem já viu algum roteiro de teatro ou está costumado com
este tipo de linguagem sabe que, neste tipo de narrativa, existe uma série de
itens para auxiliar os atores a se situarem na cena e a desenvolverem as falas
da melhor maneira possível, de forma a transmitir a mensagem que o autor
planeja. Tive pouco contado com peças de teatro, e as poucas que me passaram
pelas mãos vieram por curiosidade ou quando estudava para alguma prova (sou
formada em Design e em Artes, havia matérias muito curiosas em minhas grades
curriculares).
Posso dizer que, embora esse tipo de roteiro tenha me dado
uma boa base do que fazer, o roteiro que utilizo para escrever meus livros é
bem diferente, e isso principalmente porque, para escrever um livro de 400
páginas, seria um bocado contraproducente escrever um roteiro de 200 páginas,
não acham?
O que eu utilizo é uma simples síntese das ideias principais
do que quero escrever, marcando sempre as coisas mais importantes, que não
podem ficar de lado. E tudo começa antes do roteiro propriamente dito, quando
passo um bom tempo (o tempo necessário, podem ser dois dias, duas semanas ou
dois meses), apenas ruminando a história no pensamento.
Nesta etapa, o principal é conseguir “enxergar” as partes
principais: o início (por que isso vai acontecer?), o fim (como será o clímax),
e algumas partes do meio (que coisas vão acontecer até chegar lá?). Como já sei
mais ou menos quantas páginas eu costumo gastar para descrever as cenas, marco
neste roteiro, além do resumo, um número médio de páginas a usar, o que me
ajuda a ter um norte e não me estender demais em alguma parte não tão
importante, ou mesmo limitando o tamanho das minhas crianças, pensando numa
eventual publicação.
Aqui está o roteiro do terceiro livro da série Mundo de
Bhardo, O Reino Maldito, um dos que melhor funcionaram com o roteiro
pré-delineado (se não quiser ver spoilers da trama, não leia!!! Apesar de que
decifrar minha letra nos roteiros é complicado, porque eles saem tão rápido que
nem ligo se está caligráfico ou garranchudo).
Escrevi tudo com caneta azul; os números em círculos vermelhos são a quantidade média de páginas que achei que o "episódio" teria, à medida em que ia avançando ia colocando OK em vermelho e grandes OK's em fluorescente quando a página toda estava pronta. As últimas páginas não têm tantos rabiscos porque o final já estava muito claro, e não dependi mais tanto assim do roteiro.
Detalhe: este livro tem uma conversa com o livro "Ártemis", que escrevi alguns anos atrás e que pretendo revisar para publicar no ano que vem, portanto algumas partes tinham que combinar com o que acontecia no outro livro, o que acaba sendo mais complicado do que parece em alguns momentos.
Detalhe: este livro tem uma conversa com o livro "Ártemis", que escrevi alguns anos atrás e que pretendo revisar para publicar no ano que vem, portanto algumas partes tinham que combinar com o que acontecia no outro livro, o que acaba sendo mais complicado do que parece em alguns momentos.
Esse é o método que eu uso e o que mais me ajuda a organizar
minha cabeça! Confesso que para o último livro desta série, que está sendo
escrito neste momento, está sendo bem mais difícil seguir o roteiro, e já fiz
três. Acontece que, justamente por ser o último, preciso atar todas as pontas
soltas e, de repente, parece que tenho uma grande colcha de retalhos e não quero
deixar nenhum fiapinho de fora. Acho que estou sentindo o peso da batalha
final…
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