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1 de dez. de 2014

Sociedade da Caveira de Cristal - Resenha



Sociedade da Caveira de Cristal – Andréa Del Fuego, Editora Scipione

Sinopse

O mundo vive uma epidemia causada por um vírus desconhecido, o Bola. O vírus já matou muita gente, inclusive o avô de Vítor, um garoto superesperto de treze anos, magricela, com espinhas na cara, que vive alienado do mundo na frente de seu computador. Por causa da Samara, por quem é apaixonado, o jovem descobre um jogo na internet, o Skull, e acaba entrando pra misteriosa Sociedade da Caveira de Cristal. Para avançar no jogo, Vitor tem de deixar o computador ligado, a internet conectada e pegar no sono, pois é em sonho que o jogo continua. Assim, todos os jogadores sonham o mesmo sonho e vivem a mesma aventura. Mas Vítor, Samara e o esperto Jorjão (que é dono de uma lan house) percebem que algo está errado nessa história e que, juntos, poderão salvar o mundo do Bola.




Meu irmão adolescente ganhou este livro na escola e, como eu não tinha nada mais pra ler e ele tinha gostado, peguei para ler também. No início achei toda a história um pouco boba, mas, à medida que os fatos vão se desenrolando, você percebe que ela foi muito bem engendrada.

O livro trata de um assunto que sempre retorna à pauta e do qual eu sou fã: teorias de conspiração. Toda a trama é relatada a partir do ponto de vista do protagonista, um típico adolescente tímido, com sua paixão e sua vida na internet, mas passando por uma situação atípica: o enfrentamento da população ao vírus Bola, que está dizimando a população num ritmo acelerado, envolvendo o mundo num cenário onde ainda se tenta manter alguma normalidade diante do Apocalipse.

A falta do que fazer numa sociedade isolada pela quarentena associada à timidez do garoto leva Vítor a conhecer o Skull, um jogo on-line onde se tem que dormir com o computador ligado para sonhar e jogar. Alguns jogadores são escolhidos para integrar a Sociedade da Caveira de Cristal da qual Vítor passa a fazer parte, e a partir de então as coisas ficam estranhas e Vítor começa a perceber que há uma ligação entre o até então inocente jogo e o vírus que assola a humanidade. E como o irmão da sua amada Samara foi afetado de alguma forma misteriosa pelo jogo, passando vários dias em coma, ele se junta à garota e a Jorjão — o dono da única lan house dentro da área de quarentena em que estão, um solteirão quarentão um tanto anti social, que gosta de teorias de conspiração— em uma busca pela verdade. O destino da humanidade passa a ser decidido por um jogo de videogame no qual os jogadores sonham coletivamente com as fases e se transformam em personagens muito peculiares. 

A narrativa cheia de vícios de linguagem do livro certamente prende o público alvo mais do que alguém como eu (que já passou um pouquinho dessa idade). No entanto, se a escrita utilizada dá um toque de leveza à história, o caráter opressor da trama envolve o leitor, de forma que ele passa a se imaginar observado, investigado e seguido, exatamente como Vítor. Gostei principalmente da ideia da autora de mesclar os jogos coletivos on-line com sonhos. O resultado das fases do jogo pode ser estranho, às vezes, mas muito diferente de tudo o que já vi neste sentido. O enredo é até batido, mas trabalhado e contado de forma tão original que torna a Sociedade da Caveira de Cristal um livro divertido, intrigante e interessante, que não vai decepcionar o leitor que busca momentos prazerosos de leitura descompromissada.




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