Claro, isso não vai servir pra todo mundo! Esses são os sete
primeiros passos que eu sigo para começar
e terminar os meus livros e me dar por satisfeita no final do trabalho. Quer
saber quais são?
1 – Trilhe seu livro antes de
começar a escrevê-lo.
Começar uma história é fácil, o final é que é sempre o mais
complicado. Chegar até ele é um desafio e, se você começa a escrever com uma
premissa interessante, mas sem saber pra onde seus personagens vão ou o que vai
acontecer até eles chegarem lá, fica fácil se perder na história e deixar
pontas soltas que, mais tarde, você não consegue amarrar. Lembre-se: não basta
pensar só na sinopse! Se você pensar em escrever um romance onde o mocinho e a
mocinha passam por uma série de problemas tudo certo, mas é preciso pensar na
conclusão: tudo o que acontece os leva a ficarem juntos no final? A se
separarem? À morte de um deles ou dos dois?
Se você tem o hábito de ler, definir o objetivo da trama pode
ajuda-lo também a ter uma noção de qual será o tamanho do seu livro. Tomando o
exemplo acima, se o casal vai ficar junto depois de um jantar desastrado em
família, como num filme sessão da tarde, o livro pode ser bem pequeno. Dá pra
desenvolver a história bem com 150 a 200 páginas (claro, o autor tem toda a
liberdade pra fazer o que quiser com sua história, isto é só um exemplo). Mas,
se o casal começa junto, os dois em trabalhos tranquilos no interior do sertão,
mas vai terminar separado, um aliado a milícias do submundo da China e o outro atacando
navios baleeiros com o Greenpeace na Antártida, o livro pode pedir mais páginas
para explicar essas reviravoltas na vida dos envolvidos.
2 – Elabore um roteiro.
Pense numa viagem que fez. Você pode contá-la aos amigos nos
mínimos detalhes, descrevendo até o modo como a luz do sol incidia no orvalho
que cobria a grama de manhã. Ou você pode apenas dizer que fazia sol. O roteiro
tem que seguir essa última opção, que é pra você não se perder nem gastar muito
tempo com ele.
3 – Determine o número de páginas
do livro e de seus capítulos.
Esta serve se você tiver alguma familiaridade com o Word,
com seus próprios métodos de escrita, e com livros em si. O maior mérito desta
regra é reduzir textos enormes, porque autores inexperientes tendem a se perder
nas próprias histórias e acabam escrevendo bíblias de 800 páginas, que não só
não vão conseguir uma editora fácil, como tendem a ser cansativas para o leitor
que não está mergulhado no mesmo mundo do autor.
4 – Dê a si mesmo um prazo para
conclusão.
Do mesmo jeito que prazos são importantes no seu trabalho ou
na sua escola, também são na vida pessoal. Um prazo é um limite psicológico,
que faz o autor trabalhar com mais empenho e disciplina, e a história flui
melhor sem grandes pausas, que podem atrapalhar o autor e fazê-lo esquecer de
algo importante. Mas cuidado: propor-se a escrever 500 páginas em um mês pode
ser um tiro no pé. Se você não tem todo o tempo do mundo para escrever, 500
páginas em 30 dias dá, pelo menos, 16 páginas por dia. Não sei vocês, mas eu
preciso de, pelo menos, um dia na semana longe do teclado (normalmente são
dois, sábado e domingo). Nesse caso, o autor teria que escrever 22 páginas por
dia, e num ritmo violento. Em cinco dias seus bracinhos estariam sofrendo os
efeitos da tendinite, que não vão passar fácil, e pode te obrigar a deixar o
texto de lado até os pulsos melhorarem.
5 – Não empaque!
Essa pode ser difícil se você já passou por isso, e a
primeira e a segunda dicas ajudam a evitar esse problemas, mas se mesmo assim
você tiver dificuldades, não pare. Deixe reticências, asteriscos,
interrogações, mas pule para a próxima parte que você sabe como vai ser. Não
volte atrás. Quando você for revisar o texto pense a respeito da parte não
escrita, porque então o panorama geral da história já estará completo.
6 – Revise seu trabalho
exaustivamente.
Depois de pronto e antes de diagramá-lo, revise seu texto
montes de vezes antes de passá-lo a outra pessoa. A primeira revisão pode ser
feita pela ferramenta de autocorreção do próprio programa de digitação, mas
cuidado: muitas vezes a ferramenta não entende o sentido da frase! Por isso
você tem que ficar atento e ver cada correção uma por uma. Depois, leia tudo
outra vez (eu recomendo que o autor recorrija seu texto pelo menos três vezes),
e depois passe a uma pessoa (ou mais de uma) de sua confiança para ler, dar sua
crítica e corrigir tudo.
7- Trabalhe nos ajustes finais.
Ouça as críticas dos outros atentamente, afinal, “os outros”
serão seus leitores. Avalie o que cabe e o que não cabe dos palpites para o que
você queria passar.
Finalmente, com o manuscrito pronto, prepare seus arquivos
ou impressos e é hora de batalhar pela publicação! E essa etapa fica pra outro
post...
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