Escolher um título para seu texto pode não ser uma tarefa
assim tão fácil. Muitos escritores afirmam que seus títulos aparecem “como por
mágica” na cabeça, outros dizem começar um livro a partir do título. Se, assim
como eu, este não é o seu caso, veja algumas dicas para definir o título do seu
livro, com base no que vejo em nas livrarias.
Seja rápido e direto.
Use palavras simples, de fácil
memorização
Use palavras que tenham uma sonoridade agradável
Use palavras que provocam curiosidade, mas que não revelem muito sobre o livro
Se for usar uma frase, tenha cuidado para que ela não seja tão extensa que pareça uma sinopse.
Quando nomeei meu primeiro livro pela primeira vez, eu tinha
uma frase na cabeça, algo que imagino ter vindo de “A fantástica fábrica de
chocolates”, ou algo assim da minha infância. O título ficou: “A fantástica
história do Mundo de Bhardo – Octoforte e os Objetos Supremos”, um título
extremamente comprido, que nem aparece completo em nenhuma busca na internet.
Depois de ouvir a resenha do Jacó Galtran comentando a
respeito do tamanho do título, algo que já me incomodava, resolvi mudar. Resumi
para “Mundo de Bhardo” como o título da saga, seguindo a opinião de pessoas
próximas, pra quem eu dei as opções “Bhardo” ou “Mundo de Bhardo”. E o título
do livro ficou apenas “Os Objetos Supremos”.
Ainda não é um título enxuto, mas foi o mínimo a que
consegui chegar sem perder a linha. Títulos grandes correm o risco de fazer o
leitor se desinteressar logo no primeiro olhar, pois remetem a artigos
científicos, dissertações técnicas e monografias de conclusão de curso. Nas
bibliotecas, nos diretórios de pesquisa virtual e até na fala das pessoas, o
título será resumido. Ao invés de falar para o colega que está lendo o “Mundo de Bhardo”, por exemplo, a pessoa
diria que está lendo “A fantástica… ah, um nome lá compridão”. Quanto menos
palavras, melhor.
Para histórias de fantasia temos que ter muito cuidado com o
título, pois o autor pode se sentir tentado a dar ao livro um nome de lugares
fantásticos e difíceis de pronunciar. Algo como “Stranzuzkbüt’trach”
(isso não existe, inventei agora só pra exemplificar) soa como estrangeiro
e não diz nada sobre a obra. A sonoridade é um elemento importante a se
considerar, como é o caso do Silmarillion, de Tolkien.
Um dos meios mais usados para nomear livros é colocando o
nome do protagonista, como “Harry Potter”, “Artemis Fowl” e “Percy Jackson”. É
neste nome, portanto, que recai o maior cuidado com a escolha, pois ele deve
ser sonoramente agradável e não ser extenso demais (preferencialmente ser
composto por duas palavras). No caso de uma série, usa-se muito colocar o nome
do protagonista + subtítulo que evoque o tema principal da história que ele
vive naquele livro. Outro jeito muito usado pelos autores brasileiros é dar ao
livro um título ligado à ocupação ou à definição do protagonista, como em “O
Alienista”, “O Alquimista”, “O Guarani”, etc. Provocam curiosidade justamente
por ser uma denominação comum a muitos indivíduos, fazendo o leitor questionar,
por exemplo, “o que teria de especial em ser jardineiro para se escrever um
livro com esse nome?”. Outros autores gostam de usar palavras que definem ou
remetem à emoção que o leitor deve sentir ao acompanhar a páginas do livro, ou
àquela sobre a qual o livro trabalha, como “Ansiedade”, do Augusto Cury, ou
“Orgulho e Preconceito”, de Jane Austem.
Bom, estas são apenas algumas dicas, mas no final, quem
decide o título do livro é o autor (embora muitas vezes com a interferência das
editoras). O mais importante é fazer com que o possível leitor sinta-se
compelido a pegar o livro nas mãos para analisar as outras coisas que vão
cativá-lo, a capa e a sinopse, coisas que, em conjunto, farão com que ele não
resista e leve o livro para casa. E