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25 de fev. de 2015

Na companhia das estrelas - Peter Heller RESENHA



Olá!

Nesta semana trago de volta a resenha do livro “Na companhia das estrelas”, de Peter Heller, autor americano. Algumas resenhas tinham sido retiradas do blog, e estou postando-as aos pouquinhos.




Sinopse

Às vezes, um bom coração é tudo de que um homem precisa - Peter Heller
Em um mundo devastado pela doença, Hig conseguiu escapar à gripe que matou todo mundo que ele conhecia. Sua esposa e seus amigos estão mortos, e ele sobrevive no hangar de um pequeno aeroporto abandonado com seu cachorro, Jasper, e um único vizinho, que odeia a humanidade, ou o que restou dela.
Mas Hig não perde as esperanças. Enquanto sobrevoa a cidade em um avião dos anos 1950, ele sonha com a vida que poderia ter vivido não fosse pela fatalidade que dizimou todos que amava. Hig é um guerreiro sonhador. E tem uma imensa vontade de gente, apesar da desilusão que se abateu sobre ele. Por isso é capaz de arriscar todo seu futuro quando, um dia, o rádio de seu avião capta uma mensagem...
Voe com Hig e Jasper e se encante ao descobrir que um mundo melhor pode estar em cada um de nós.
Fonte: http://www.skoob.com.br/livro/315394-na_companhia_das_estrelas

Resenha

O cenário é devastador, poucos seres humanos estão vivos, a maioria dos que ainda estão de pé possuem uma doença sanguínea que os matará mais cedo ou mais tarde, portanto se tornaram “intocáveis”, e os raros imunes à doença que dizimou a população se tornaram tão hostis uns com os outros, que o único resultado da interação entre grupos é uma chacina. Hig é um aviador que já está a tempo demais neste mundo, tanto que não se lembra mais nem do sobrenome. Seu vizinho e companheiro de território é um homem assustador, que protege sua área com um poderio bélico digno de um pequeno exército, mas que, ao mesmo tempo, faz com que Hig sinta que o home pode mata-lo a qualquer momento, se sentir que seus serviços de patrulha aérea não são mais necessários.

A única companhia de Hig é seu idoso e fiel cão Jasper, que, quando o perímetro que Hig e seu vizinho ocupam é atacado e os homens precisam se defender, recebe como agrado a incumbência de dar cabo da carne dos intrusos.

Após ler o texto, entendi porque algumas pessoas o amam e outras o odeiam. O texto não é uma narrativa emocionante sobre um sobrevivente do fim dos dias à procura de um lugar melhor, portanto qualquer comparação com outros títulos que tratem de assunto semelhante não são válidas. Primeiro porque grande parte dos livros pós-apocalípticos traz elementos de terror, como zumbis, alienígenas, pessoas impregnadas com radiação, coisas do tipo, e “Na companhia das estrelas” já passou por essa fase. O texto também não é uma narrativa, é uma reflexão. O tempo todo ouvimos os pensamentos de Hig, que muitas vezes não são lógicos nem lineares, e às vezes se estendem por várias páginas no mesmo momento ou assunto. Sua busca por encontrar o emissor de uma transmissão de rádio ocorrida três anos antes do tempo do livro acaba resultando em mais uma frustração, que só é amenizada pelo encontro com duas outras pessoas quase amigáveis, de quem ele conquista a confiança e com quem consegue, enfim, criar novos vínculos, tudo isso depois da morte de seu fiel amigo Jasper, no momento mais emocionante do livro (tive dificuldades de passar as páginas nesse momento).

O livro é sutil e, se não traz falsas esperanças em uma renovação e um mundo novo, ao menos termina num alento, onde quatro pessoas podem se unir para passar juntas os últimos dias de suas vidas, ajudando, de certa forma, aos condenados que possuem a doença no sangue, enquanto veem seu mundo terminar aos poucos.

Conclusão

Ainda não consegui definir o quanto amei este livro. Creio que, de todos os cenários de fim de mundo que já vi, este é o que mais deve se aproximar do que poderia acontecer: um fim banal, com uma doença espalhada por acidente e criada por nós, e que transforma os poucos sobreviventes em menos que animais, embora alguns, e somente alguns, mantenham uma pequena esperança, de encontrar companhia que também acredite que tudo o que um homem precisa é mesmo um bom coração, afinal, o tempo que nos resta se esgota desde que nascemos.

Minha opinião: adorei o livro, principalmente pelo modo como foi escrito, você consegue entrar na cabeça do personagem. Para mim é quatro estrelas, porque algumas passagens são mesmo cansativas. Um texto interessante, para ser lido e pensado sobre nossa própria essência.


MAIS DICAS DE QUEM PROCURA DICAS







No post anterior falei sobre algo que a maioria dos independentes está cansado de saber, mas que sempre precisa ser lembrado: seu livro precisa ser divulgado, e você não tem uma editora para fazer isso. Então é você mesmo, autor, que precisa fazer isso. Mas como? Bom, hoje vou falar um pouquinho sobre o que eu já tentei e o que venho fazendo ultimamente. 

No início, minha divulgação era baseada no mesmo modelo que eu vejo muita gente fazer nas redes sociais: vários posts com a capa do livro, link para a compra e alguma chamada promocional nas redes sociais. Não que exista algo errado com essa estratégia, só que depois de algum tempo ela cansa, e as pessoas que já viram aquela propaganda um milhão de vezes acabam ficando cansadas e param de dar atenção, não compartilham sua postagem ou até te bloqueiam.

Honestamente, só o tempo dirá se minha nova estratégia vai ajudar ou não, mas decidi que precisava pensar um pouquinho diferente, e usar de qualquer outro meio que eu tivesse disponível. E, garimpando na internet e procurando ver o que outros escritores (famosos ou não) estão fazendo, elaborei meu plano para dominar o mundo baseado nas seguintes estratégias:

1 – Abuse das redes sociais

Sim, das redes, não de uma só. E mais: abuse de redes com temáticas diferentes. Facebook, Google + e Twitter são as mais conhecidas, Whatsapp é a febre do momento, mas todas se destinam a difundir o mesmo tipo de conteúdo diversificado, algumas vezes elencado em grupos ou tópicos. Existem ótimos grupos em que se pode trocar informações ou fazer propaganda, mas sempre se corre o risco de que sua informação fique perdida em meio a muitas outras. 

O ideal é que o autor use redes sociais direcionadas, como o Skoob (rede exclusivamente voltada para livros, autores, editores, resenhas e trocas); o Wattpad (rede para divulgar seus textos de forma gradativa, como os folhetins antigos, e que, muitas vezes, serve como vitrine para editoras); o Widbook (semelhante ao Wattpad, mas que tem ferramenta de co-escrita, que permite vários autores para um mesmo texto), o Youtube (vídeos); Orangotang, pra quem é viciado em séries; Pinterest, para compartilhar fotos temáticas e inspiradoras; Dribble, para designers e ilustradores. 

Não vale a pena, porém, fazer um cadastro em 30 redes e acessar uma por dia; mantenha uma regularidade em algumas delas, nas que você acha que terá mais visibilidade de acordo com o que você mais se identifica. Eu, por exemplo, tenho o blog aqui, um perfil no DeviantART (para ilustradores, fotógrafos, modeladores, etc. amadores ou profissionais), e posto pelo menos uma ilustração por semana; uso o Face, e estou me obrigando a dar uma olhada pelo menos uma vez por dia (eu não fazia isso quase nunca, ele só ficava lá!), criei uma página no face só para os livros, assim os interessados podem curtir a página se quiserem; tenho o perfil no Skoob, e procuro fazer resenhas de outros autores de gênero parecido com o meu; tenho o Wattpad, e tenho postado alguns contos menores e mais antigos, pra chamar atenção, e tenho o Twitter também – e este é o mais prejudicado, porque nunca o utilizei realmente.

2 – Use seus talentos

Você consegue criar vídeos legais? Faça uma vinheta do seu livro e poste no Youtube! Sabe cantar ou tocar violão? Componha ou escreva uma música para seu livro, mesmo que seja curtinha! Sabe desenhar? Ilustre cada página que você puder dos seus textos! É bom/boa cozinheiro/a? Coloque receitas nos seus perfis, e atribua a algum personagem seu! 

3 – Não deixe seu livro ser um “filho único”

Muitos escritores independentes (a grande maioria) tem apenas um livro publicado. É aquele projeto guardado na gaveta, e, como o autor publicou e Hollywood “descobriu”, ele deixa o sonho de lado e vai se dedicar a outras coisas.

Mas, se você tiver material para publicar, não espere que aquele seu primeiro livro tenha a visibilidade que você acha que ele deveria ter. Afinal, é possível que este primeiro não tenha agradado tanto quanto outros e, ao lançar dois, três ou mais, seu nome passe a ser associado ao de um alguém com experiência, e a venda de um título acaba despertando a atenção para os outros.

4 – Não se prenda a um só gênero

Ainda que você tenha ideias mirabolantes para 30 romances deslumbrantes, pensar fora da caixinha pode te surpreender. Imaginar, por exemplo, uma história de terror pode tanto te fazer escrever um triller tão tenebroso que vai deixar até Stephen King de cabelos em pé, como pode simplesmente te ajudar a apimentar suas próprias histórias, tornando as coisas um pouquinho mais interessantes. 

5 – O conselho fundamental: leia, leia sempre.

Além de te ajudar a ter mais ideias, aumentar seu vocabulário e melhorar seu português, ler títulos de autores próximos a você, também independentes e brasileiros pode expandir sua rede de relacionamentos e te ajudar a trocar experiências. De preferência, não abandone os Best-sellers em favor de títulos sem expressão no mercado, mas também não faça o contrário. Toda a leitura é experiência, e todas podem trazer grande benefício, seja percebendo a originalidade do outro, recebendo críticas construtivas de autores que você puder conhecer, ou mesmo dando dicas para alguém menos experiente melhorar a própria escrita. 

6 – Por fim: aproveite sua viagem!

É difícil quando você se imagina vivendo disso, e boa parte dos escritores tem vontade de ser apenas escritor para sempre (olha eu aqui!!!), mas a ideia principal ao escrever um livro e trabalhar em sua divulgação é fazer isso primeiramente para satisfação própria, para se divertir. Por isso, mesmo que você tenha grandes pretensões e faça um grande projeto sério de investimento e marketing, não deixe a magia de gostar do que está fazendo desaparecer. Se isso acontecer, a escrita se torna um fardo e o sonho se desfaz.


18 de fev. de 2015

Sombras da Noite – Stephen King - Resenha




Sinopse
Stephen King reúne aqui 20 de seus mais inquietantes contos- relatos de acontecimentos bizarros e atos impensáveis, surgindo daquela região crepuscular onde ruídos nas paredes e sombras perto da cama prenunciam algo terrível que ronda à solta. Os cenários são familiares e acima de qualquer suspeita - um colégio, uma fábrica, uma lanchonete rodoviária, uma lavanderia, um milharal. Mas no mundo de Stephen King, qualquer lugar pode servir como território sobrenatural. Só é necessária uma hora propícia da noite e a distração das vitimas. Alguns desses clássicos inspiraram filmes memoráveis: As Crianças do Milharal (Colheita Maldita) O Homem do Cortador de Grama (O Passageiro do Futuro), A Máquina de Passar Roupa (Mangler: O Grito de Terror) e Às Vezes Eles Voltam.



Considerações
O interessante ao falar sobre as histórias de terror é que as boas mesmo são as piores, aquelas que transferem o leitor para a pele do personagem e o faz tremer de medo. No livro Sombras da Noite, Stephen King nos mostra como é possível fazer esse jogo com uma quantidade mínima de páginas, criando, a cada conto, ambientações críveis e personagens mais bem construídos que muitos heróis dos romances que vemos hoje em dia. São vários contos de terror e suspense, e muitos deles não possuem nem um pingo de sobrenatural (esses são os mais terríveis, por me fazerem pensar em como podem estar próximos de nós). Todos, porém, têm algo em comum: deixam margem ao leitor para que ele complemente a história com sua própria imaginação, que acaba criando asas mesmo sem que ele queira.
Talvez o mais interessante seja apanhar o livro como eu, sem ter ideia de quais contos são terror, suspense, ou quais têm teor sobrenatural ou não, pois assim a surpresa é muito maior. Mas vou falar um pouquinho de cada conto individualmente, mas vou tentando não revelar muito, já que os contos são pequenos - um deles tem apenas sete páginas.

Jerusalem's Lot: O conto que abre o livro nos leva à mansão herdada por Charles numa cidade vizinha a Jerusalem’s Lot. Como eu tinha acabado de ler ‘Salem, fiquei ansiosa por voltar àquele cenário amaldiçoado, e perceber, mais uma vez, o quanto o jogo Silent Hill se parece com (ou se baseia na) obra de King, ao introduzir outras histórias e outros personagens num mesmo ambiente sinistro. O conto é narrado através da correspondência que Charles troca com um amigo, onde ele conta, passo a passo, como é sua nova vida e a de seu criado na mansão tida pelos moradores como amaldiçoada, e como segredos enterrados no escritório do falecido dono leva Charles a descobrir qual é a misteriosa relação que sua família tem com a cidade vizinha, tida como fantasma e onde ninguém quer pisar. O resultado da expedição é simplesmente aterrador.

Último Turno: Trabalhadores ficam fazendo serão na fábrica têxtil fechada para ganhar uma grana extra durante dias em que a fábrica ficaria fechada. Mas em porões onde ninguém pisa há décadas, a escuridão assume suas próprias formas. Pra quem tem medo de coisas rastejantes no escuro, esse conto vai causar uns bons pesadelos...

Ondas Noturnas: Mais um conto com ambientação em um cenário de outro livro, este ambientado no pós-apocalíptico Dança Mortal, que eu não li. Mostra um pouquinho das relações entre um grupo de sobreviventes em um mundo devastado por um vírus letal, podendo ser os últimos humanos na Terra, e nos mostra como a natureza humana pode ser destruidora sem as amarras da sociedade.

Eu Sou o Portal: Este terrível conto conseguiu me transportar para a pele do astronauta que, após uma missão à órbita de Vênus, é… abduzido? Dominado? Possuído? Nem sei que nome dar pra aquilo. O que King consegue criar é um tipo de dominação tão absurdamente terrível e bem descrita que é impossível não sentir o terror daquele homem.

A Máquina de Passar Roupa: quem nunca se preocupou com seus dedinhos perto demais de uma máquina de costura ou de um triturador de alimentos? A máquina de passar roupa, uma terrível máquina enorme cheia de rolos compressores, me lembrou de quando eu trabalhei numa gráfica e tinha aflição de ver o pessoal tão próximo às guilhotinas de papel. Só que lá as máquinas não tinham vontade própria...

O Bicho-Papão: No divã de um psiquiatra, um homem relata como seus três filhos foram mortos por uma criatura de trevas, mesmo com a certeza de que o doutor não vai acreditar no que ele diz. No entanto, essa consulta guarda uma revelação terrível.

Massa Cinzenta: O filho de um colega de bar entra no boteco pedindo desesperadamente ajuda aos amigos do pai. Ele conta que o pai bebeu uma cerveja com algo estranho, e que depois disso vem se transformando. Os amigos partem para a casa do homem, que não veem há vários meses, para descobrir como ajudá-lo… Só não imaginam quão grave é o mal que se apossou do colega. Um dos melhores contos simplesmente por colocar o leitor em expectativa o tempo todo.

Campo de Batalha: Um conto de enredo bem estranho, mas muito bom. Um assassino profissional está voltando de sua última execução, o dono de uma fábrica de brinquedos, quando recebe um pacote da mãe do morto: um pelotão de soldadinhos de brinquedo. O que ele não esperava é que os soldados tivessem vida, e que lutariam uma verdadeira guerra para vingar a morte do seu inventor.

Caminhões: Esse conto vai me assombrar por vários anos, tenho certeza. Um grupo de pessoas está sitiada em uma lanchonete de um posto de gasolina. Lá fora, caminhões e caminhonetes passeiam ameaçadores, esperando pela saída de qualquer um deles para passar por cima, e esmagar como se fossem moscas. E a fuga parece cada vez mais difícil, à medida que mais caminhões se unem ao grupo, tornando a tensão palpável para o leitor.

Às Vezes Eles Voltam: Após a morte de seu irmão na infância, assassinado por uma gangue de adolescentes na sua frente, um professor passou a sofrer com ataques de pânico e pesadelos. Mas o impossível acontece e ele se vê obrigado a lecionar exatamente para os assassinos de seu irmão… que não envelheceram nem um dia naqueles quinze anos que se passaram e o pior: estão fazendo mais vítimas. Para deter o bando infernal, o professor procura toda a ajuda que pode conseguir, e o resultado do embate final entre eles pode não ser nada agradável…

Primavera Vermelha: Anos atrás, um assassino misterioso fez várias vítimas num campus universitário e nunca foi pego. Agora ele está de volta, e um dos alunos relembra, com temor os dias de pânico do passado, se perguntando se eles voltarão. Este conto, junto com O homem que adorava flores, são os que mais me deram arrepios, por serem tão plausíveis e tão tenebrosos.

O Ressalto: Um magnata faz uma proposta ao amante de sua esposa: se conseguir contornar o prédio em que ele mora no 30° andar, caminhando pelo ressalto de doze centímetros do lado de fora do prédio, poderá sair vivo, com um bom dinheiro e com a mulher que ama. Sem escolha, o rapaz começa sua jornada aflitiva. O final deste conto não poderia ser melhor, não depois de me manter praticamente de respiração suspensa, com medo de fazer o tenista despencar dos doze centímetros que o separam da morte certa.

O Homem do Cortador de Grama: Ao contratar o serviço de um homem com cortador de grama pelo jornal, o senhor descobre que os métodos pouco tradicionais que o jardineiro utiliza podem custar bem mais que o pagamento combinado… De todos, foi o conto que menos gostei, achei-o muito sem graça.

Ex-Fumantes Ltda: Rapaz, esse conto é impressionante. Um homem encontra um antigo colega de escola que visivelmente melhorou de vida e de saúde, e este lhe conta que as reviravoltas em sua vida aconteceram depois que ele parou de fumar. Pensando que, talvez, valha a pena tentar, o fumante vai à clínica indicada pelo amigo e começa o tratamento imediatamente… Um tratamento 100% eficaz.
Meu marido é fumante e várias vezes quis que ele tentasse parar, mas os métodos utilizados nesta história me fizeram pensar duas vezes se qualquer tratamento seria válido. Dei o conto para que ele lesse também, principalmente porque acho que outro fumante consegue sentir mais empatia pelo personagem obrigado a largar o vício de forma tão brutal, e o resultado foi que meu marido ficou mais impressionado que eu, e elaboro um monte de teorias a respeito dos métodos da empresa. A intensidade com que King nos atinge com esta história é aflitiva. Primoroso.

Eu Sei do que Você Precisa: A mocinha do conto se apaixona por um rapaz educado e encantador, que parece saber tudo o que ela precisa o tempo todo. Mas a melhor amiga desconfia desta compatibilidade toda e vai investigar o misterioso rapaz, e descobre que ele tem um segredo macabro. Apesar de legal, o conto não me causou muito impacto, a não ser pelo fato de ser o único com uma protagonista feminina neste livro.

As Crianças do Milharal: Um casal em crise está perdido numa estrada no meio de um milharal sem fim, e no meio da estrada, um garoto aparece na frente do carro e eles o atropelam. Ao procurar por ajuda na cidade mais próxima, porém, eles descobrem que o local está abandonado há tempos, embora uma única construção permaneça bem cuidada: a Igreja, cujo letreiro foi removido e onde, no interior, encontram indícios de um culto estranho a uma entidade que caminha atrás das fileiras de milho. Na cidade, só restaram crianças, e nenhuma delas parece amigável.
Terrível, um dos melhores contos, e quando você pensa que entendeu toda a loucura atrás dele, descobre que quem você achava que eram os vilões nada mais são que um tipo diferente de vítimas.

O Último Degrau da Escada: Um rapaz voltando de viagem recebe uma carta de sua irmã, contendo uma única frase, capaz de mudar a vida dele para sempre. Para falar sobre esta frase, o rapaz conta o que aconteceu no celeiro da fazenda onde eles viviam quando crianças, quando o último degrau de uma velha marcou para sempre as duas crianças e selou seus destinos.
Comovente, impressionante, um conto que deixa o leitor colado às páginas de respiração suspensa, torcendo pelas crianças no celeiro, e, no final, nos leva a repensar nossos atos e como temos conduzido nossas vidas.

O Homem que Adorava Flores: Acompanhamos o rapaz apaixonado que sai de encontro a sua amada, e o vemos, no caminho, parar para escolher para ela o mais belo buquê de flores. Ele carrega algo no bolso, algo que o deixa momentaneamente perturbado, mas que é tão insignificante que não pode tirar o brilho do amor verdadeiro que ele carrega. No entanto, seu encontro com Nona não poderia ser mais cruel.
É incrível o que Stephen King consegue fazer com sete páginas e algumas palavras. Esta história é tão terrivelmente possível e real, como comprovam quaisquer noticiários, que certamente deixará qualquer leitor apavorado.

A Saideira: Mais uma história que tem por cenário a cidade Jerusalem’s Lot, do livro ‘Salem (A hora do Vampiro). Quando um estranho pede socorro num bar em meio a uma nevasca, dois senhores têm que enfrentar seus medos e a terrível maldição que paira sobre a vizinha ‘Salem’s Lot para resgatar a mulher e a filhinha do homem.
Quem conhece o livro principal sabe de que mal trata o conto, mas após ler o primeiro conto deste livro eu não estava tão segura do que é que os homens iam encontrar na cidade. Jerusalem’s Lot veio para fazer parte dos meus pesadelos para sempre, como a cidade estranha e sinistra onde tudo o que é maligno pode acontecer. Nesta história, porém, o mais assustador acaba sendo a própria nevasca com seus dedos brancos de morte, que da forma como é descrita parece tomar forma e consciência própria. Mais um conto maravilhoso do mestre.

A Mulher no Quarto: O último conto do livro gira em torno do triste dilema de um filho diante da doença terrível da mãe: deixá-la definhar, ou levá-la à eutanásia? A história vai e volta no tempo, revelando que a relação entre os dois nem sempre foi um mar de rosas, mas nos mostra o quanto as relações familiares podem ser complexas, e nos leva a nos perguntar o que é certo e o que é errado numa situação como aquela.

13 de fev. de 2015

Book Trailer - Por trás da produção


Como muitos autores independentes ou iniciantes fazem, é claro que eu queria um Book Trailer. Mas, além de achar um pouco salgados os preços do pessoal por aí, percebi que a arte da maioria não era bem o que eu esperava. Então arregacei as mangas, e vamos lá...

Comecei a preparar o vídeo em dezembro, usando as imagens que já tinha preparado. A intenção era criar outras imagens apenas para o vídeo, mas com poucas horas durante a noite para me dedicar a este trabalho, sem saber exatamente como usar o programa que eu queria usar, e ainda tendo que me preocupar com outras questões do cotidiano, percebi que ou eu usava o material que já tinha, ou esse vídeo de um minuto só sairia em dezembro.

Primeiro preparei a storyline, basicamente um rascunho visual do que eu queria fazer no vídeo. Queria músicas, efeitos sonoros, narrativa, efeitos visuais, então anotei tudo o que eu precisava e passei a pesquisar.

É muito importante atentar para os direitos autorais das imagens e dos sons que você vai utilizar em seu vídeo caseiro. A música de fundo foi baixada do site INCOMPETECH, de royalties free, com os créditos no final do vídeo, assim como os efeitos sonoros. Alguns efeitos visuais foram disponibilizados por um autor no youtube e, embora ele não tenha requisitado créditos, eles também estão no final do vídeo. Já a narrativa... Bom, é minha voz mesmo. Ligeiramente modificada no After Effects para ter um tom de eco, mas é só isso.

Com todos os elementos separados, era hora de começar a montar o vídeo. Eu sabia que queria usar um editor de vídeo que conheci na faculdade, 12 anos atrás (acredite ou não, é mais fácil para mim usar os programas Adobe que qualquer Power Point ou Paint da vida), mas o problema é que haviam se passado muitos anos mesmo, e eu não me lembrava quase nada dos programas.

De volta à internet, minha busca foi por "como fazer isso.... no After Effects". Cara, tem muita coisa boa no youtube, e muita gente desprendida dando aulas fabulosas e práticas para usar os programas. Acabei me lembrando de muita coisa, aprendendo outras tantas, e terminei minha edição do vídeo no Adobe Premiére. O resultado final foi esse acima, um vídeo curtinho com algumas falhas, mas eu me diverti com a brincadeira, que serviu para que eu percebesse, mais uma vez, que quando a gente quer alguma coisa realizada, é possível vencer os desafios para alcançá-la.

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