No post anterior falei sobre algo que a maioria dos
independentes está cansado de saber, mas que sempre precisa ser lembrado: seu
livro precisa ser divulgado, e você não tem uma editora para fazer isso. Então
é você mesmo, autor, que precisa fazer isso. Mas como? Bom, hoje vou falar um
pouquinho sobre o que eu já tentei e o que venho fazendo ultimamente.
No início, minha divulgação era baseada no mesmo modelo que
eu vejo muita gente fazer nas redes sociais: vários posts com a capa do livro,
link para a compra e alguma chamada promocional nas redes sociais. Não que
exista algo errado com essa estratégia, só que depois de algum tempo ela cansa,
e as pessoas que já viram aquela propaganda um milhão de vezes acabam ficando
cansadas e param de dar atenção, não compartilham sua postagem ou até te
bloqueiam.
Honestamente, só o tempo dirá se minha nova estratégia vai
ajudar ou não, mas decidi que precisava pensar um pouquinho diferente, e usar
de qualquer outro meio que eu tivesse disponível. E, garimpando na internet e
procurando ver o que outros escritores (famosos ou não) estão fazendo, elaborei
meu plano para dominar o mundo baseado nas seguintes estratégias:
1 – Abuse das redes sociais
Sim, das redes,
não de uma só. E mais: abuse de redes com temáticas diferentes. Facebook,
Google + e Twitter são as mais conhecidas, Whatsapp é a febre do momento, mas
todas se destinam a difundir o mesmo tipo de conteúdo diversificado, algumas
vezes elencado em grupos ou tópicos. Existem ótimos grupos em que se pode
trocar informações ou fazer propaganda, mas sempre se corre o risco de que sua
informação fique perdida em meio a muitas outras.
O ideal é que o autor use redes sociais direcionadas, como o
Skoob (rede exclusivamente voltada para livros, autores, editores, resenhas e
trocas); o Wattpad (rede para divulgar seus textos de forma gradativa, como os
folhetins antigos, e que, muitas vezes, serve como vitrine para editoras); o
Widbook (semelhante ao Wattpad, mas que tem ferramenta de co-escrita, que
permite vários autores para um mesmo texto), o Youtube (vídeos); Orangotang, pra
quem é viciado em séries; Pinterest, para compartilhar fotos temáticas e
inspiradoras; Dribble, para designers e ilustradores.
Não vale a pena, porém, fazer um cadastro em 30 redes e
acessar uma por dia; mantenha uma regularidade em algumas delas, nas que você
acha que terá mais visibilidade de acordo com o que você mais se identifica.
Eu, por exemplo, tenho o blog aqui, um perfil no DeviantART (para ilustradores,
fotógrafos, modeladores, etc. amadores ou profissionais), e posto pelo menos
uma ilustração por semana; uso o Face, e estou me obrigando a dar uma olhada
pelo menos uma vez por dia (eu não fazia isso quase nunca, ele só ficava lá!),
criei uma página no face só para os livros, assim os interessados podem curtir
a página se quiserem; tenho o perfil no Skoob, e procuro fazer resenhas de
outros autores de gênero parecido com o meu; tenho o Wattpad, e tenho postado
alguns contos menores e mais antigos, pra chamar atenção, e tenho o Twitter
também – e este é o mais prejudicado, porque nunca o utilizei realmente.
2 – Use seus talentos
Você consegue criar vídeos legais? Faça uma vinheta do seu
livro e poste no Youtube! Sabe cantar ou tocar violão? Componha ou escreva uma
música para seu livro, mesmo que seja curtinha! Sabe desenhar? Ilustre cada
página que você puder dos seus textos! É bom/boa cozinheiro/a? Coloque receitas
nos seus perfis, e atribua a algum personagem seu!
3 – Não deixe seu livro ser um
“filho único”
Muitos escritores independentes (a grande maioria) tem
apenas um livro publicado. É aquele projeto guardado na gaveta, e, como o autor
publicou e Hollywood “descobriu”, ele deixa o sonho de lado e vai se dedicar a
outras coisas.
Mas, se você tiver material para publicar, não espere que
aquele seu primeiro livro tenha a visibilidade que você acha que ele deveria
ter. Afinal, é possível que este primeiro não tenha agradado tanto quanto
outros e, ao lançar dois, três ou mais, seu nome passe a ser associado ao de um
alguém com experiência, e a venda de um título acaba despertando a atenção para
os outros.
4 – Não se prenda a um só gênero
Ainda que você tenha ideias mirabolantes para 30 romances
deslumbrantes, pensar fora da caixinha pode te surpreender. Imaginar, por
exemplo, uma história de terror pode tanto te fazer escrever um triller tão
tenebroso que vai deixar até Stephen King de cabelos em pé, como pode
simplesmente te ajudar a apimentar suas próprias histórias, tornando as coisas
um pouquinho mais interessantes.
5 – O conselho fundamental: leia,
leia sempre.
Além de te ajudar a ter mais ideias, aumentar seu
vocabulário e melhorar seu português, ler títulos de autores próximos a você,
também independentes e brasileiros pode expandir sua rede de relacionamentos e
te ajudar a trocar experiências. De preferência, não abandone os Best-sellers
em favor de títulos sem expressão no mercado, mas também não faça o contrário.
Toda a leitura é experiência, e todas podem trazer grande benefício, seja
percebendo a originalidade do outro, recebendo críticas construtivas de autores
que você puder conhecer, ou mesmo dando dicas para alguém menos experiente
melhorar a própria escrita.
6 – Por fim: aproveite sua viagem!
É difícil quando você se imagina vivendo disso, e boa parte
dos escritores tem vontade de ser apenas escritor para sempre (olha eu
aqui!!!), mas a ideia principal ao escrever um livro e trabalhar em sua
divulgação é fazer isso primeiramente para satisfação própria, para se
divertir. Por isso, mesmo que você tenha grandes pretensões e faça um grande
projeto sério de investimento e marketing, não deixe a magia de gostar do que
está fazendo desaparecer. Se isso acontecer, a escrita se torna um fardo e o
sonho se desfaz.
X
Nenhum comentário:
Postar um comentário