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23 de jun. de 2015

O LADO BOM DA VIDA - RESENHA

O lado bom da vida – Matthew Quick
Sinopse
Pat Peoples, um ex-professor na casa dos 30 anos, acaba de sair de uma instituição psiquiátrica. Convencido de que passou apenas alguns meses naquele 'lugar ruim', Pat não se lembra do que o fez ir para lá. O que sabe é que Nikki, sua esposa, quis que ficassem um 'tempo separados'. Tentando recompor o quebra-cabeça de sua memória, agora repleta de lapsos, ele ainda precisa enfrentar uma realidade que não parece muito promissora. Com o pai se recusando a falar com ele, a esposa negando-se a aceitar revê-lo e os amigos evitando comentar o que aconteceu antes de sua internação, Pat, agora viciado em exercícios físicos, está determinado a reorganizar as coisas e reconquistar sua mulher, porque acredita em finais felizes e no lado bom da vida.



Considerações

Comprei este livro após assistir o filme com mesmo título inspirado no livro. Confesso que me decepcionei um pouco. O filme tem um tom totalmente diferente, uma comédia dramática, e o livro é praticamente apenas drama, embora tenha uma história interessante.

Acompanhamos a volta de Pat Peoples ao lar após um tempo no “lugar ruim”, que é como ele chama o hospital psiquiátrico onde passou, na verdade, vários anos de sua vida, e não apenas alguns meses. Pat é agora obcecado por exercícios físicos, e acredita que sua mulher apenas deu um tempo no casamento por achar que Pat não era um bom marido, coisa que ele luta para demonstrar que não é mais verdade. Então Pat é apresentado a Tiffany, a cunhada de seu melhor amigo, que também enfrenta problemas psicológicos. Os dois começam a correr juntos, ainda que Pat não tenha exatamente convidado Tiffany para isso, e, por estarem os dois enfrentando problemas tão semelhantes, acabam se aproximando e se tornando amigos.

Vemos como ele tenta, aos poucos, deixar suas crises nervosas no passado e realmente ser uma pessoa melhor, no que é apoiado por seu irmão, pelo melhor amigo e por sua mãe, mesmo que seu pai não compartilhe dessa mesma atitude. A narrativa é interessante, já que parte do ponto de vista perturbado de Pat, nos colocando dentro da cabeça de alguém com distúrbios mentais. É um livro bonito, com uma história muito próxima do leitor comum, e se não fosse pelos setenta por cento dele que narram jogos de futebol americano dos Eagles, eu provavelmente teria gostado mais. O fato é que, mesmo sendo um drama e mesmo sabendo que a narrativa exaustiva dos jogos provavelmente foi um recurso literário para mostrar o grau de obcessão do personagem, a quantidade de detalhes sobre os tais jogos dos Eagles torna a leitura mais cansativa do que poderia ser. Se não fosse pela página final, com um final feliz do único jeito que poderia ser, seria um livro no máximo razoável, mas esse final existe, e faz toda a loucura de Pat fazer sentido de alguma forma.


Recomendo com ressalvas: não assista o filme primeiro, porque provavelmente o livro não vai agradar como poderia.

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