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29 de jul. de 2015

EM CHAMAS - JOGOS VORAZES - RESENHA

Em Chamas - Jogos Vorazes - Livro 2 - Suzanne Collins

Sinopse

Em chamas é o segundo volume da bem-sucedida trilogia iniciada com Jogos Vorazes, mais novo fenômeno da literatura jovem dos últimos tempos, que mistura ficção científica com reality show, passando pela mitologia e pela filosofia com muita ação e aventura. Com mais de quatro milhões de exemplares vendidos apenas nos Estados Unidos, a saga ganhará adaptação para o cinema, com estreia prevista para 23 de março de 2012. A direção do longa está a cargo de Gary Ross (Quero ser grande/Seabiscuit) e a protagonista Katniss será interpretada por Jennifer Lawrence, finalista ao Oscar de melhor atriz deste ano por Inverno da alma. A trilogia manteve-se por 130 semanas consecutivas na prestigiada lista do jornal The New York Times.

Depois de ganhar os Jogos Vorazes, competição entre jovens transmitida ao vivo para todos os distritos de Panem, Katniss agora terá que enfrentar a represália da Capital e decidir que caminho tomar quando descobre que suas atitudes nos jogos incitaram rebeliões em alguns distritos. Os jogos completam 75 anos, momento de se realizar o terceiro Massacre Quaternário, uma edição da luta na arena com regras ainda mais duras que acontece a cada 25 anos. Katniss e Peeta, então, se veem diante de situação totalmente inesperada e, dessa vez, além de lutar por suas próprias vidas, terão que proteger seus amigos e familiares e, talvez, todo o povo de Panem.

Ambientado num futuro sombrio, a série é pioneira de uma tendência que vem ganhando força no mercado de bestsellers juvenis: a dos romances distópicos e pós-apocalípticos. As obras renderam à autora Suzanne Collins lugar na badalada lista de 100 personalidades mais influentes do ano da revista Time. Com narrativa ágil e ousada, os livros da trilogia foram traduzidos para 42 países e vêm atraindo leitores de diversas faixas etárias.

Inspirada pelo mito grego de Teseu e o Minotauro e bebendo nas melhores fontes da ficção científica, Suzanne Collins faz uma dura crítica à sociedade atual – ao sensacionalismo, ao desperdício e à violência – e prende a atenção do leitor da primeira à última página com um romance envolvente e perturbador.





Considerações

Como o primeiro, li o segundo Jogos Vorazes após ter assistido os dois filmes, e acreditava já estar por dentro da história. Tenho que dizer: o filme perde pouco para o livro, é muito bem feito! No entanto, como todo bom livro, as sensações de ler as cenas da arena são amplificadas quando comparadas com as que você tem ao assistir o filme.

Neste segundo volume começamos a perceber a deterioração da mente de Katniss e Peeta, que parecem bem para as câmeras, que continuam a assediá-los, mas que, no fundo, sofrem um estresse gigantesco, expressado por sonhos atormentados de Katniss ou pelas pinturas em telas de Peeta. E, embora Katniss acredite que o pior já passou, fica claro que o que a atitude dela nos Jogos Vorazes – usar a comoção geral para salvar a si mesma e ao companheiro de Distrito, dando aos Jogos inéditos dois vencedores – não ficará impune. O Prefeito não está convencido de que o romance seja real (e de fato não é), e insinua que, se Katniss não convencê-lo e à população da capital que o amor dela e de Peeta é genuíno, algo de muito ruim acontecerá.

Como a garota é péssima atriz e muito seca, é óbvio que ela não consegue convencer o homem, mesmo usando o artifício de marcar um casamento próximo, e o castigo aplicado pela Capital é, nos próximos Jogos Vorazes, chamados “Massacre Quaternário”, que ocorrem a cada 25 anos e celebram os 75 anos de Jogos com uma rodada a mais de violência, levar novamente os campeões das edições anteriores, provando assim que ninguém está acima da Capital.

Os Jogos são mesmo terríveis, e o leitor começa a perceber nas entrelinhas que há mais coisas acontecendo do que conseguimos entender. Sabemos que, por algum motivo, personagens que parecem inimigos de Katniss estão dispostos a morrer para deixá-la viva, e que, fora dali, há um levante nos Distritos contra a Capital, e parece que Katniss é uma espécie de símbolo dele. A arena é muito original com seu esquema de contagem regressiva para coisas horripilantes, e há muita tensão durante toda a aventura.

No entanto, como tudo o que acontece é narrado pelos olhos de Katniss, só podemos conjecturar a respeito do que acontece fora da arena, e toda a conspiração e os motivos dela para salvar Katniss só vão ficar claros no terceiro volume da série. O mais interessante no livro são os conflitos internos que ela tem, tentando entender se gosta de Peeta ou de Gale, seu companheiro de caça e melhor amigo no Distrito 12, de onde vem, ou buscando proteger a irmã caçula.

Novamente li este livro em dois dias e me agradou bastante, embora não tenha um enredo muito diferente do primeiro. É claramente uma ponte para o último livro e, apesar de eu ter gostado, fiquei com a sensação de que poderia ser melhor explorado, principalmente no que acontece fora da arena e Katniss não sabe. O ponto forte da trama é, sem dúvida, o detalhamento psicológico dos personagens, que vão se tornando mais e mais sombrios à medida que a história se desenrola.


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