Morte Súbita
Sinopse
Morte Súbita - Quando Barry FairBrother morre inesperadamente
aos quarenta e poucos anos, a pequena cidade de Pagford fica em estado de
choque. A aparência idílica do vilarejo, com uma praça de paralelepípedos e uma
antiga abadia, esconde uma guerra.
Ricos em guerra com os pobres, adolescentes em guerra com seus
pais, esposas em guerra com os maridos, professores em guerra com os alunos
Pagford não é o que parece ser à primeira vista.
A vaga deixada por Barry no conselho da paróquia logo se torna o
catalisador para a maior guerra já vivida pelo vilarejo. Quem triunfará em uma
eleição repleta de paixão, ambivalência e revelações inesperadas? Com muito
humor negro, instigante e constantemente surpreendente, Morte Súbita é o
primeiro livro para adultos de J.K. Rowling, autora de mais de 450 milhões de
exemplares vendidos.
Considerações
É difícil julgar um escritor quando se é fã incondicional dele. J.K.Rowling fez
parte da minha adolescência e me acompanha até hoje, pois releio Harry Potter
sempre que dá vontade. Os sete livros da coleção estão amarelados e gastos,
como os livros de biblioteca depois de um tempo, mas eu e minha mãe somos as
únicas a manuseá-lo.
Talvez tenha sido por isso que não
procurei muitas informações sobre Morte Súbita. O máximo que li foi um trecho
de uma resenha no Skoob de uma garota que falava que este livro não é nada
parecido com Harry Potter.
Não, eu não esperava um livro de
magia, mas fui ludibriada pelo título porque, associando-o com a sinopse,
acreditei que se tratasse de um romance policial, e só percebi que não era nada
disso já bem adiantada. A essa altura, eu já estava fisgada.
Logo no início, nas primeiras páginas
mesmo, acontece o evento que alterará a vida da pacata comunidade de Pagford:
um dos Conselheiros da cidade morre, o que deixa sua vaga livre. Este é o
estopim para uma série de tramoias e manobras que os próximos candidatos à vaga
vão se envolver, numa teia intrincada que envolve amigos, opositores e
oportunistas, suas famílias, maridos, esposas, filhos e parentes.
Tive a sensação de ser jogada num
turbilhão, algo parecido com o que aconteceu comigo no início do meu namoro,
tempos atrás, quando conheci toda a família do meu marido em uma festa de
Natal: cerca de cinquenta novos nomes, vozes e rostos, de quem eu deveria me
lembrar. Devo explicar que sou péssima com nomes, e ainda hoje tenho
dificuldade para lembrar da minha própria árvore genealógica, e, ao ser
introduzida no seio das famílias de Pagford e me ver acompanhando eventos nas
casas de vários membros, fiquei bem perdida. Cheguei a pensar que não
conseguiria ler Morte Súbita até o fim, ou que não conseguiria ver nenhuma
graça na história porque não ia conseguir memorizar os nomes de cada
personagem.
Mas, depois de trinta, quarenta
páginas, me vi pensando em uma das personagens, e em como ela ia reagir ao que
tinha acabado de acontecer. E percebi que estava completamente enfeitiçada.
É impossível falar da história de
Morte Súbita sem falar de cada um de seus personagens, e são tantos e com
características tão distintas entre si, que não consigo pensar em como falar
deles sem desmerece-los. Mas posso dizer que, ao acompanhar a corrida pela
eleição do novo Conselheiro, começamos a descobrir que a bucólica e paradisíaca
Pagford não é uma comunidade tão pura e bela quanto parece. Seus moradores têm
qualidades e defeitos, e, se são heróis para algumas coisas, são vilões em
outros momentos. Nos vemos constantemente pensando em como fulano ou ciclano se
parece com pessoas que conhecemos no dia a dia, e a presença deles é tão
marcante que, no final, temos a sensação de conhece-los a vida toda.
É notável como Rowling trabalhou com
o psicológico de cada personagem, e também com o papel decisivo que os
adolescentes têm nos rumos desta história. Vivemos alegrias e tristezas, e, se
o final é de partir o coração, serve também para refletir e mostrar que a vida
não é um conto de fadas, pois Morte Súbita não é mesmo um conto de fadas. É,
antes, a história de como uma única pessoa (no caso Barry Fairbrother, o
Conselheiro que morre no início), é capaz de afetar direta ou indiretamente
tantas vidas, e alterar o curso delas.
E, embora a trama em nada se
relacione com o fenômeno infanto-juvenil da autora, posso dizer que consegui
ver nitidamente a assinatura característica de Rowling que foi a mesma que me
prendeu a Harry Potter desde o início: a capacidade que ela tem de construir um
universo inteiro convincente, com personagens tão sólidos e críveis, que se
relacionam em diversos níveis e momentos, fazendo com que as letras desapareçam
do papel, e nos vejamos submersos nas casas de cada um dos cidadãos
pagfordianos.
Ah! Para os curiosos de plantão, este
livro se tornou uma minissérie em três episódios, que você pode conhecer aqui: http://www.imdb.com/title/tt2554946/?ref_=fn_al_tt_1
Mas, se você é desses que comparam livro e filme, tome cuidado: é impossível
ser fiel a um livro da Rowling de 500 páginas em três horas de série. Eu e meu
marido assistimos, e ele ficou ainda mais irritado com a mutilação da história
do que eu. Mas vale como a visualização do cenário.
quanta ousadia! mudança drástica de Genero literario!!! e depois para um pseudo-nome... mas sabe de uma coisa, até que eu me interessei pelo livro " o Bicho da ceda"! acho que não so eu como os fãs em geral gostariam que ela volta-se a uma nova empreitada em uma saga infanto-juvenil... VOLTA J.K estamos te esperando!!!!
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