(...que quer dominar o mundo!!!)
Como já mencionei anteriormente, o Mundo de Bhardo foi
semeado numa mente imatura e infantil, e germinou junto com minha adolescência.
Natural, portanto, que a história tenha passado por tantas fases quanto eu, e
que o enredo tenha demorado tanto para se solidificar.
Mas, mesmo depois que minha própria transição de criança
para adulta já tinha se estabilizado (não vou dizer terminado porque ainda ouço
muita gente dizer que sou uma criançona para certas coisas), enfrentei um
grande obstáculo, o maior e mais cruel, o qual todos os escritores de que já
ouvi falar já enfrentaram em algum momento de suas carreiras: eu mesma.
O primeiro e maior desafio que uma pessoa comum enfrenta
antes de poder dizer que é realmente um escritor é a própria determinação.
Escrever pode parecer romântico nos livros e filmes —
você, seu laptop (máquinas de escrever podem parecer nostálgicas, mas
arrebentam com os dedos e com os ouvidos, então vamos modernizar), uma caneca
com cappuccino e uma varanda num lugar bucólico — mas, no geral, este não é o
cenário em que nem um milésimo de livros é elaborado. A maioria mais que
esmagadora dos escritores começa a carreira escrevendo à noite, depois de um
expediente de oito horas ou mais de trabalho, tendo que tomar cuidado para o
bater das teclas não incomodar demais os pais, irmãos, esposo ou filhos, e
tomando cuidado para não extrapolar demais no horário porque tem que levantar
cedo no dia seguinte.
Encontrar motivos para escrever neste cenário não é muito
fácil, e via de regra “melhorar de vida” não é um deles. Embora muito se diga
que em outros países o mercado editorial é melhor que no Brasil, eu participo
de algumas comunidades estrangeiras de escritores e tem gente do mundo inteiro
que sempre repete o bordão: não tá fácil pra ninguém.
Então, por que escrever? Essa pergunta me atormentou por um
longo tempo, tanto que houve um momento em que eu simplesmente abandonei meus
textos (não os queimei nem joguei fora, só os guardei num canto) pensando que
eu precisava dedicar meu tempo a coisas que me garantissem um futuro melhor
(leia: estudos e trabalho). Mas, como muitos escritores relatam, escrever não é
uma opção, é um ato obsessivo, uma necessidade. Acontece que a história continua a existir num
cômodo escondido da mente do escritor e, se ele não a coloca pra fora, os
personagens começam a criar tentáculos e envolver os sonhos e o imaginário dele, podendo levá-lo à loucura. Ou simplesmente ela apodrece, e transforma
aquele espírito numa alma amarga.
Bom, provavelmente
aquele que não encontra motivos para escrever suas histórias simplesmente se
esquece delas e ponto final. Mas eu não consegui fazer assim. Volta e meia meus
personagens teimavam em bater na porta e eu me via obrigada a pensar que os
tinha abandonado, e que eles mereciam sair de onde estavam.
Então, uns anos atrás, resolvi entrar numa luta pessoal contra minha metade racional e me organizar pra colocar tudo no papel. A inspiração é mesmo só um por cento da coisa! Transpiração é o que faz o livro acontecer. Mas, com uma boa dose de sacudidas no espírito, um pouco de cafeína e alguma diversão no meio do trabalho, dá pra fazer a magia acontecer.
Então, uns anos atrás, resolvi entrar numa luta pessoal contra minha metade racional e me organizar pra colocar tudo no papel. A inspiração é mesmo só um por cento da coisa! Transpiração é o que faz o livro acontecer. Mas, com uma boa dose de sacudidas no espírito, um pouco de cafeína e alguma diversão no meio do trabalho, dá pra fazer a magia acontecer.
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Seu texto foi muito inspirador!
ResponderExcluirEspero que ajude de alguma forma, nem que seja para discordar de tudo e pensar bem diferente!
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