Foi num diário cor-de-rosa, que ganhei de presente para
supostamente escrever minhas confissões de adolescente, que comecei a escrever
o que hoje se tornou a Saga Mundo de Bhardo. Claro, naquela época a história
era muitíssimo diferente (como não poderia ser? Eu tinha 11 anos e pouca bagagem.
Crescemos, e as histórias crescem conosco, inclusive as inventadas.)
Foi naquele diário que eu primeiro descrevi Zey, na época
meu grande vilão. O nome era apenas isso, ZEY, porque eu gostava da sonoridade
da letra "Z". Um nome simples, mas impregnado de gravidade. O mais
interessante foi que a imagem, curiosamente similar à de demônios, com chifres
e tudo mais (nessa época da vida os estereótipos são fortes), tirei da estampa de uma
almofada. Quando mostrei o desenho que fiz de Zey e de onde tirei a imagem
minha mãe não gostou muito de eu ter encontrado vilões no estofado dela não...
Depois de algum tempo, outros vilões se encaixaram melhor
nas minhas histórias. Mas, claro, em homenagem àquela menina de doze anos que achava
que poderia sozinha fazer um desenho animado (é, esta era eu!), eu não pude
deixar Zey morrer. Ele aparece pouco, mas não é um personagem de pouca
importância: Zey faz parte do Panteão bhardano como o Senhor do Nepcoutem (o
verdadeiro) - a terra para onde vão as almas dos condenados por maldades.
Não vou me
aprofundar muito na definição do Nepcoutem porque esse não é o tema deste post,
mas em outra ocasião gostaria de voltar a ele. O caso é que, assim como alguns
outros personagens de tanto tempo atrás, Zey sobreviveu: transformado,
reformulado, mais ainda poderoso. Sinal de que ainda está por aqui a criança
que iniciou esta saga.
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